sábado, 2 de abril de 2011

PRIMEIRA COLABORAÇÃO...


A partir de hoje iniciaremos as postagens recebidas através de e-mail.

Em nosso blog não há pretensões de grandes textos, linguagem rebuscada, pensamentos poéticos... Há tão somente a intenção em expor sentimentos, histórias, cenas, fatos, desejos, questionamentos. Sentimentos cotidianos que afloram ao longo de nossa existência.

Assim, agradecemos nossa primeira colaboradora – “Fernanda G.” – que enviou um texto maravilhoso e trouxe à tona pensamentos tão singelos quanto profundos.

Obrigada Querida! Segue...


O QUE É O AMOR?

No auge dos meus 40 anos, casada há metade deles, descobri que não sei o que é o amor.
Lembrei da canção do compositor - Arlindo Cruz - que diz assim: “... se perguntar o que é o amor pra mim, não sei responder, não sei explicar”...
Desesperei-me. Mas era real... Tão certo quanto dois mais dois são quatro. Tentei refletir melhor... Senti-me um pouco aliviada, pois, pelo menos sabia o que era AMOR DE MÃE. Ufa! Sim isso pelo menos eu conheço bem.
Nunca antes havia pensado sobre o tema. E como depois de tantos anos cheguei a essa conclusão?
Minha vida seguia como num conto de fadas, pelo menos era o que eu imaginava...
Porém, o universo tem suas leis próprias, e eu não estava fora delas. E eu me dei conta disso, quando um enorme vazio se instalou dentro de mim. Vi-me assaltada por uma torrente de questões. Meu mundo de conto de fadas começou a desmoronar.
Porque tanta solidão?
Porque não me sinto feliz, se tenho tudo?
Porquês?
Meu casamento é perfeito. O homem que toda mulher sonha... PERFEITO!
O que me falta?
Hoje, percebi que o que me falta é o danado do AMOR.
Mas como viver tanto tempo com uma pessoa e não amá-lo?
Ele é perfeito! Infelizmente descobri que mesmo com toda a perfeição dele eu ainda sinto um enorme vazio na alma. Culpo-me.
A culpa é a pior das companheiras. Vivo a me questionar: Como posso ser tão egoísta a ponto de não amá-lo, ele tão perfeito?
Carrego essa companheira CRUEL com muito MEDO do que pode acontecer. Não consigo me libertar, meu corpo e minha alma clamam com tanta força pelo danado do AMOR que não consigo mais pensar. CLAMO POR SILÊNCIO... PSIU... ALMA... FIQUE QUIETA. PORQUE NÃO SE ACOSTUMOU AINDA A VIVER SEM AMAR.
Tento resistir... lutar com todas minhas forças, porém, em vão. Por quê? Pergunto-me.
Então, de repente me vejo num estreito desfiladeiro, e mais a frente vejo um terreno elevado, onde o caminho se divide, e as mais belas vistas se desdobram por todos os lados. Encontro-me ali parada, imóvel. Que direção seguir? Ou devo continuar me enganando?
Creio que NÃO. Afinal, para que servem as asas a um pássaro engaiolado, senão para mostrar-lhe o quanto ele perdeu e o tanto que é infeliz?
Mas afinal, O QUE É O AMOR?

Fernanda Gaucha

Um comentário:

  1. Olá querida,
    Seu desenvolvimento literário é muito bom, apesar de uma certa tristeza nas palavras. Parabéns pelo texto e espero ver mais de seus escritos aqui neste blog que tem tudo para ser um bom espaço de histórias.

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