segunda-feira, 4 de abril de 2011

BURACO NEGRO

O corpo dá sinais de fadiga e a mente pulsa cadenciada na batida do coração.
Dentro de mim existe um buraco negro que não consegue digerir mais nada. Concomitantemente existem outras coisas secretas, verdadeiras delícias.
Ele está me sugando, me engolindo, não raciocino mais.
Quero me segurar, mas quando dei por mim já estava dentro do buraco negro. Neste momento o vazio me invade, me consome, o instante é sombrio, tanto que não vejo nada.
Escuto vozes e sei que existem coisas ao meu redor, mas tudo está obscuro. É frio aqui, mas sei que ali fora tem vida.
Quero a minha de volta. Quando vou cair em sorte e sair deste buraco negro?
Quero aprender a abraçar, quero sentir qualquer obscenidade, lascívia, quero a pessoa errada Sr. Fernando.
Quero errar quantas vezes forem necessárias e ao final sentir o quanto é despudoradamente gostoso.
Como é fácil sair do buraco negro, basta ultrapassar a tênue linha do horizonte, basta permitir que os ventos soprem e assim usá-los a meu favor, basta – como um comandante do mar – saber velejar!
Fernanda Gaucha

Nenhum comentário:

Postar um comentário