quarta-feira, 10 de outubro de 2012

SAUDADES DO MEU FUTURO...

Sinto saudades de ti, de tudo o que vivemos, mas inexplicavelmente sinto muito mais pelo que ainda iríamos viver.
Saudade daquele começo de semana, onde os quilômetros diminuíam à medida que minha ansiedade aumentava.
Saudade do trabalho corrido pra logo mais eu me preparar inteira pra você.
Saudade de toda expectativa criada a cada novo encontro. Do caminho que eu já havia aprendido. Do toque no celular e do coração disparado em frente ao teu portão.
Saudade daquele latido e da fiel companhia do cão mais lindo que eu já conheci.
Sinto saudade do primeiro abraço depois de 15 dias sem se ver.
Saudade da nossa companhia, do cotidiano doméstico, do passeio de carro, de escolher frutas no mercado, do teu sorriso.
Saudade das horas na mesa, das histórias do sul e da tua família que mesmo sem conhecer eu quis fazer parte.
Saudade de ter notícias do seu pai, sobre a saúde do seu sobrinho, o novo bebê que está a caminho, da mudança de sua irmã...
Saudade do pote de mel que você encomendou pra mim.
Saudade das tuas perguntas sobre nós e das tuas dúvidas sobre o meu amor.
Saudade de ir pra cama, só pra continuar a nossa conversa, só pra me deitar nos teus braços, só pra olhar pra tua cor contrastando com a minha.
Saudade do tesão intenso que eu tinha por ti e da certeza que era só no teu corpo que o meu se aquietava.
Saudade de dormir de conchinha e daquele galo dizendo que já era hora de acordar.
Saudade do café da manhã que você fazia pra nós e do principal ingrediente que o deixava ainda mais saboroso: o amor.
Ah! Saudade do amor que eu alimentei por você. Saudade do amor que desejei que você tivesse por mim.
Saudade da alegria de saber que ainda tínhamos mais um dia.
A despedida também me traz saudades, porque ela sempre teve o tom da volta, a esperança do reencontro.
Saudade de todas as músicas que me levaram de volta pra casa pensando em você. De todos os sorrisos que espontaneamente esbocei quando me lembrei de nós.
Saudade de esperar tua mensagem sabendo que ela viria, mesmo que demorasse.
Saudade dos planos que eu fazia toda semana esperando que você aceitasse.
Saudade de te encontrar aqui e te mostrar que no meu mundo cabia você.
Saudade do treino, do clube, da piscina, da água gelada e do sol aquecendo nossos corpos.
Saudade do açaí antes de pegar estrada de novo.
Saudade de todos os meus argumentos pra te convencer que ser amado é delicioso.
Saudade das madrugadas de sexta-feira em que, enquanto você trabalhava, eu te pedia em casamento. Saudade dos teus “sins” e dos “lógicos”.
Saudade da rua das brisas e de todas as alterações que ainda faríamos no projeto da nossa casa.
Saudade da área, da cadeira e do chimarrão. Saudade da nova família.
Saudade da casa que ainda não existe, lar de um amor que não sobreviveu.
Saudade de soltar pipa e de admitir pra minha filha que eu realmente gostava de você.
Saudade da água de Ibirá e do churrasco gaúcho naquela tarde em que viveríamos 100% qualidade de vida.
Saudade de todas as viagens que não fizemos, mas que planejei uma a uma.
Saudade de Valença, de Bagé, de Porto Alegre, do Guarujá e de Paris.
Saudade de visitar o Museu da Aviação, te filmar no long e do passeio de moto que você me prometeu.
Saudade de te deixar ir trabalhar e continuar dormindo.
Saudade da comida japonesa, do frango, da batata doce e até da esquecida tequila.
Saudade daquela dança que você nunca fez pra mim. E da mídia que transformou meu corpo com teu incentivo.
Saudade da mulher apaixonada que fui, do amor que desejei, do homem que implorei que você fosse pra mim.
Saudade de me esquivar de uma cantada, de recusar qualquer convite porque eu tinha você.
Saudade da lealdade que tive com a nossa história e de me surpreender com as suas mudanças.
Saudade dos últimos 600 dias.
Hoje, tentando entender como seria possível sentir saudade de tantas coisas que não vivi, chego à conclusão que tudo foi vivido em plenitude dentro de mim.
No auge da minha loucura, vivi a história que somente eu alimentei. Acreditei num amor que só vivia em mim, acreditei em você que não existia, salvo nos meus sonhos, salvo nos meus desejos, exceto no meu futuro incerto.
Sinto saudade do espaço que você ocupava, do amor que eu lhe dediquei e do homem que você poderia ter sido.
Saudade de um amor plantado e nutrido somente no meu presente.
Saudade sim, de um amor sem futuro.

AdrIAnA rIbEIrO

Nenhum comentário:

Postar um comentário