Hoje, no trânsito caótico, em
meio à imensidão de veículos, pessoas, barulhos, sinais, diante da sensação do
tempo voar enquanto eu estava, inversamente, parada... uma música conhecida me
fez pensar: “Por você, eu dançaria tango no teto, eu limparia os
trilhos do metrô, eu iria a pé do Rio à Salvador; Eu aceitaria a vida como
ela é, Viajaria a prazo pro inferno, Eu tomaria banho gelado no inverno. Por
você...”
Certamente o compositor desta
canção estava amando quando a escreveu, ou no mínimo conhecia seus feitos; não
há outra explicação para o desenrolar da melodia, senão, um estágio puro e
simples de amor. Ele continua... “Eu mudaria até o meu nome; eu viveria em
greve de fome; desejaria todo o dia a mesma mulher; Por você...”
Há quem diga que pra tudo há
limites, mas então qual é o limite do amor?
Não estou falando do amor
fraternal, maternal ou aquele que aprendemos sobre amar o nosso próximo.
Estou falando do amor que
transcende o entendimento, aquele que sentimos por alguém estranho a nós, que
pouco conhecemos, mas que nos leva a desejar profundamente.
Um amor que os olhos não vêem
porque quem enxerga é a alma.
Um amor que faz sorrir porque
transborda, invade e toma conta.
Há limites pra amar?
Distância, tempo, trânsito,
cansaço, chuva, frio...
Não, não há, se o amor é nutrido,
bem cuidado.
Se o esforço é recompensado pelo
carinho, pelo cafuné, pelo afago, chamego... se não basta aos dois somente
conversar, se a eles é necessário varar a madrugada falando e ouvindo, e rindo
e se deliciando com as histórias que os fazem conhecer um pouco mais de si, relembrar
bons tempos, se emocionar...
Não há limite para o amor, se o
desejo de conhecer o outro, ultrapassa o físico, se não é só de pele que se
alimenta o desejo, mas se deseja a alma... doce, livre e feliz.
Quem limita o amor está fadado a
viver pela metade. Mas eu, ah, eu quero viver inteira!
Entregar-se ao amor, já
constatei, é saltar em queda livre. A sensação é única, os sentidos se aguçam,
há medo, frio na espinha, vontade de parar, mas não tem volta, será necessário
ir até o final, num passeio lento, apreciando cada forte emoção, respirando
fundo, chorando, sorrindo, aprendendo, vivendo como se não houvesse final.
Você perde o controle sobre
muitos de seus atos.
Alguns poderiam dizer, mas isto
aí é paixão! Seria! Se este amor não tivesse sobrevivido ao tempo, às
diferenças, à distância, às idas e vindas...
Por você... eu amo! E a paixão
deixou um toque de prazer, um desejo ardente. Sinto-me completa porque te
desejo loucamente e te amo com a mais profunda paz da minha alma.
E quem pode dizer que meu amor
tem limites? Se você o inspira e o alimenta todos os dias...
AdrIAnA rIbEIrO
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