sexta-feira, 29 de abril de 2011

O AMOR E O MAR

Hoje sentindo o cheiro do mar e o ouvindo o barulho das ondas, constatei a beleza da vida e o encaixe perfeito de todos os elementos.
Você não quer acreditar, mas o amor está no ar.
Te vejo no horizonte, na linha tênue que meus olhos se enganam. Te vejo vindo em minha direção e sorrio como a criança que espera a onda chegar.
Quando está próximo tenho medo, assim como as ondas, não sei ao certo a força que terá sobre mim. Posso cair, posso rolar, mas posso flutuar, posso ficar na crista da onda e adrenalina dominar os meus sentidos.
O amor é como o mar. Depende de onde você está. Calmo, revolto, tranqüilo, agitado, cristalino... Depende da sua escolha. Dia, noite, sol, chuva, navio, barco, bote, prancha, nado...
Depende se você se aventura sozinho, se tens um almirante, um marujo ou um mero tripulante.
O mar é como o amor. Ele te fascina, te surpreende, te assusta, te faz suspirar, sorrir, chorar, te inspira a começar tudo de novo, te dá energia e te limpa das coisas ruins que trouxe consigo.
Tomar um banho de mar é beijar demoradamente aquela boca que você deseja. Pular as ondas é experimentar as delícias e os arrepios que teu amor te faz sentir.
Passar o dia a beira mar é tirar o domingo pra namorar, ir ao cinema, almoçar, andar de mãos dadas, suspirar.
Ir mar adentro é investir na relação que você deseja construir. Depois que se está em alto mar nem sempre o tempo colabora, as intempéries podem não ser previsíveis, mas se a embarcação é segura, se a tripulação é confiável, o barco segue seu curso, atraca em porto seguro e aventura-se em alto mar quantas vezes forem desejáveis.
O amor e o mar são especiais. Inevitavelmente eles te fazem admirar, sonhar, sorrir, às vezes chorar. Não importa se você mora em frente ao mar ou a quilômetros dele, em qualquer parte do mundo você o reconhecerá. Não importa se você vive, viveu ou sonha com o amor, quando ele cruzar seu caminho você saberá.

Adriana ToRRe

segunda-feira, 25 de abril de 2011

EU, QUE NÃO ACREDITAVA EM MAIS NADA – A PESSOA ERRADA

O coração dela anda sentimental. Agora se abastece de poesias, contos, poemas.
No meio te tantas obras maravilhosas, se encantou por Luis Fernando Veríssimo e seu poema “A Pessoa Errada”.
Quem ainda não leu, vale a pena como reflexão e alívio. A leitura deste texto traz energia e coragem pra isto mesmo que o título do texto sugere... “tentar” a pessoa errada.
Ela identificou na narrativa da obra todas as características que tem vivido: “a pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor...”
Até então tudo muito óbvio. Salvo, pelo que ele disse a ela: “pra mim você sempre foi a pessoa errada!”
Como? Ela era certinha, vida regrada, concepções em ordem, bom senso, reputação ilibada... como ela poderia ser a pessoa errada?
Por um lapso de momento ela tentou argumentar que era a pessoa certa pra ele e de repente um mar de opções se abriu na sua frente.
A pessoa errada, segundo o poema, é justamente a pessoa certa, aquela pela qual nos apaixonamos.
Recapitulando... (ela ainda estava sem entender e mal podia acreditar), se ela era a pessoa errada pra ele, então...
Sua euforia era tamanha que rememorou estas palavras por dias. Não, ela não estava enganada porque ele conhecia o poema.
Ele lhe disse mais, falou-lhe do carinho que sente e do quanto ela mexe com sua cabeça.
Era tudo o que ela queria ouvir.
Mas ela é incrédula, pelo menos tenta ser. Tenta se lembrar da possibilidade quase nula de viver uma história verdadeira.
Ela o conheceu em seu habitat lembra? Ninguém é de ninguém, tudo é permitido, mas nada é obrigatório.
E assim ela pisa no acelerador e no freio o tempo todo.
Depois desta confissão, ela passou a rememorar cada segundo que estiveram juntos, cada palavra, cada risada, cada angustia, cada incerteza, cada conversa, todos os sinais.
Ela precisa pensar. Vai tentar unir todas as razões pelas quais esta história pode ou não ter um final feliz, se é que terá final, se é que teve início.
Adriana ToRRe

domingo, 24 de abril de 2011

EU, QUE NÃO ACREDITAVA EM MAIS NADA – O INÍCIO DE TUDO!

Pra falar de amor não correspondido tem que buscar a essência.
Se a maior busca do ser humano é a felicidade e o nosso mundo ocidental prima pelo amor romântico como pilar fundamental da felicidade, então porque ainda existem amores não correspondidos?
Não seria uma contradição alguém ter a sorte de ser amado e não querer viver esta “linda” história de amor? Não, não seria, simplesmente porque amar é pessoal, cada um tem suas razões, seu jeito.
O início de tudo é o conhecimento e conhecer o ser amado explica todas as chances desta história dar certo ou errado.
Nesta história aqui, minha amiga, que não é nada boba e já cansada das mesmices de sua vida monótona decidiu aventurar-se.
O início de tudo é o desejo pelo novo. Ela não buscava um amor novo, um namorado novo, um amigo novo. Ela buscava o novo aos seus olhos. Queria viver o que nunca tinha vivido.
O início de tudo foi a noite. Ah, a noite! A inspiradora dos poetas, compositores, a companheira dos amantes. A noite que tem seus mistérios revelou pra ela a alegria de sentir seu sangue pulsar.
Foi naquela noite, em meio à música, dança, pessoas, que seus olhos se fixaram em uma só direção – o palco.
Até então, nada programado, tudo também despretensiosamente natural. O anúncio dizia quem vinha. O show iria começar.
O início de tudo foi o show. Fantasia, sedução, sensualidade e o olhar dela entorpecido pelo conjunto da obra.
Nada mais havia naquele lugar senão a visão apaixonante daquele homem. Lindo, ela pensou! Maravilhoso, ela pensou! Loucura, ela pensou!
Há um provérbio popular bastante conhecido: “a ocasião faz o ladrão” e sua alma fora roubada naquela noite.
Durante alguns momentos ele a reverenciou.
O início de tudo foi o contato físico. Ela desejou, ele entendeu.
Ela se soltou e ele a envolveu. Os minutos se passaram e o encaixe era perfeito.
Ela sorriu, ele agradeceu. A noite continuou.
Naquela noite um novo traço estava surgindo no desenho destas vidas.
Se o início de tudo é o conhecimento, o desejo pelo novo, a noite, o show, o contato físico... então tudo já havia iniciado.
Ela o conheceu ali em seu habitat, assim, não foi enganada, salvo, pela continuação desta história. Exceto por si mesma.
Um homem de muitas mulheres. Um mundo de muitos amantes.
Aquele encontro pré-destinado não foi suficiente. Ela queria mais.
Do primeiro encontro ao amor não correspondido não se passou muito tempo, mas é possível relatar muitos episódios.
Ela o conheceu e isto foi o início de tudo, talvez o início da própria vida.
E o melhor de tudo é que ela ainda acredita que esse homem irá amá-la. Parece-me impossível... mas no decorrer dos fatos talvez eu mude de opinião.
Eu que não acreditava em mais nada, também não acredito que ela irá conseguir, façamos nossas apostas!
Adriana ToRRe

sexta-feira, 22 de abril de 2011

EU, QUE NÃO ACREDITAVA EM MAIS NADA...

Todas as experiências que vivemos, sempre tem uma razão de ser.
As vezes não as entendemos, mas elas sempre são claras.
Certa vez não quis mais amar porque amar dói. Plano colocado em ação e tudo correndo bem até entender que não amar dói muito mais.
Certa vez quis amar de novo, mas não foi possível porque o amor é um estado de espírito que não controlamos.
Não dá pra escolher... hoje amo, amanha não, depois amo, depois não.
Amar é muito mais do que todos os poemas, todos os escritos, todas as explicações já dadas.
Existem tantos tipos de amor. Amor-fraterno, amor-amigo, amor-de-irmão, amor-de-pai-mae, amor-lascivo, amor-carnal, amor-platônico, amor-sentimental...
Mas não quero falar dos amores água com açúcar. Quero falar do amor que dói, do “amor não correspondido”.
Basta um dia, um passeio, um olhar, basta um nada pra se apaixonar perdidamente.
Se houver o encontro e este for tão mágico quanto se esperava, você se apaixona. Se o encontro se repete, se as conversas se ligam, se os torpedos, os e-mails, os sonhos e a telepatia se tornam forma de comunicação, você corre um sério risco de deixar o estado da paixão e adentrar no doloroso mundo do amor.
Ninguém explica porque ama. Simplesmente ama ou não.
O amor é unilateral. Relacionamentos precisam de pessoas. Amor não.
Amor existe por ele mesmo. Você pode amar e ser amado. Você pode amar e ser ignorado. Você pode amar e não ser correspondido.
No meu entender – não ser correspondido – é o pior de todos. Porque o outro lado existe, mas não consegue alimentar suas expectativas, não corresponde à tudo aquilo que você tem pra dar e a tudo que quer receber.
Se você ama e é amado, é a pessoa mais feliz do mundo. Se você ama e é ignorado, pode ser a mais triste do mundo, mas tristeza um dia acaba.
Mas se você ama e não é correspondido entra num ciclo de vida-morte-vida e somente depois de muito sofrimento entende que tem que deixá-lo.
Corresponder é “retribuir equivalentemente” e se você não tem a retribuição que merece, isto o faz sofrer.
No amor não correspondido você pode conversar, sorrir, namorar, transar, mas a sua entrega é sempre muito maior. Tudo em você é muito maior que no outro. Conseqüentemente, coitado do outro, que nunca conseguirá retribuir de modo equivalente.
E eu, que não acreditava em mais nada, muito menos em amor, tenho visto de perto a dor de um amor.
Vou pedir licença a minha amiga e se ela me autorizar continuo este texto pra falar do amor não correspondido por ela intensamente vivido.
Espero continuar...
Adriana ToRRe

domingo, 17 de abril de 2011

NOVA COLABORAÇÃO - "EU NÃO QUIS ACREDITAR"

Hoje nosso blog estará mais completo. Recebemos uma nova colaboração que traz grande aprendizado: "Aquilo que não foi nunca poderia ter sido". 
Comungo do mesmo pensamento que o seu caro amigo. As vezes temos que aceitar o que não está sob nosso controle ou o que simplesmente não era pra ser.
Obrigada Querido! Segue...

"EU NÃO QUIS ACREDITAR"

Tudo se passou em meados de 2005. Havia acabado de sair de um relacionamento que havia me destruído emocionalmente. Me destruído não pela constatação de que a relação não era possível. Me destruído porque deixar tudo aquilo para trás era muito difícil. Mesmo quando a constatação de que não dá certo nos vem clara à mente, deixar toda a história boa que construímos juntos é algo assustador.
Minha vida havia mudado drasticamente. Sai da cidadezinha de infância, estava estudando numa universidade pública de respeito e trabalhando numa instituição que, naquele momento, me dava a segurança necessária para fazer o que queria. Tudo mudado, tudo muito conturbado e tudo meio suspenso no ar, inclusive meus sentimentos.
Neste meio tempo conheci uma pessoa super mega legal. Como em todo final de relacionamento, decidi não me aventurar a mais nenhum romance. Apesar disso, nossa química sempre foi muito boa. Saíamos, conversávamos, sempre estávamos lado a lado. E como não poderia deixar de ser diferente, me encantei. Aliás, o encantamento era recíproco. Estava no olhar, na respiração.
Mas havia um problema. Seu mundo era outro. Eu buscava algo melhor para a minha vida e ela, já tinha uma estrutura sólida. Estava se formando em biomedicina, a família tinha uma estabilidade que permitia pagar os estudos sem problemas e, aquilo, me deixou um pouco com medo. Além do que ela era bem mais nova do que eu.
Desde sempre fui humilde. Sempre precisei fazer as contas para ter as coisas. Eu me assustei.
No dia que era para ser o início, alguma coisa aconteceu. Havíamos combinado de nos encontrarmos num evento de música regional. Estava lotado. Toda a família dela estava lá. Pai, mãe, avós, irmão... Todo mundo. Todos me conheceram (os que eu ainda não havia visto) e me receberam muito bem. Estava tudo perfeito. Ela estava linda. Nunca a havia visto daquela maneira. Estava doce, muito contente e totalmente entregue aquele início. Fomos dar uma volta no campo sob a luz da lua. Mais uma vez o universo parou. Eu sei, tenho certeza... Ela esperou meu beijo. Mas recuei. Recuei e não sei por que. Recuei como em algumas vezes fiz em minha vida. Alguma coisa me fez tomar aquela atitude. Racionalidade? Não sei. Irracionalidade? Não sei.
O clima estava ótimo... Mas não rolou. Não rolou. Eu não sabia o que sentia por ela, apesar de saber que era bom. Mas, simplesmente não rolou.
Ao final da noite deixei-a com os pais e fui embora. Tinha vontade de correr e nunca mais olhar para trás. Sabia que minha história anterior ainda me machucava. Eu estava fechado. Essa era a certeza.
Foi a última vez que nos falamos abertamente. No dia seguinte ela me telefonou e deixou no ar o fato de eu tê-la deixado “escapar”. Eu me odiei como as vezes me odeio hoje em dia.
Aquilo não havia durado dois meses. Sem qualquer toque, sem qualquer beijo, sem qualquer... Apenas olhares, apenas sorrisos, apenas lindas expressões, apenas a vontade de algo que não aconteceu. Apenas um extrato do que poderia ter sido mais não foi.
Depois disso eu mudei a vida dela. De verdade. Ela não estava conseguindo realizar seu maior sonho que era fazer medicina. Havia tentado várias faculdades e não estava vendo perspectivas, estava desanimada. Eu fazia fisioterapia na época e a minha fisioterapeuta tinha uma filho que cursava medicina no Rio de Janeiro. Ela me deu o telefone dele. Através deste contato, em menos de quinze dias ela reprogramou toda a vida e conseguiu enfim entrar na faculdade de medicina. Eu também reprogramei a minha.
Até hoje quando falo com ela, seja no aniversário dela, seja no meu, seja pela internet (nunca mais nos vimos pessoalmente e nunca mais nos falamos constantemente, aliás, quase nem nos falamos), ela faz questão de deixar seu agradecimento por eu ter influenciado diretamente na sua vida. Sempre me agradece. Sempre agradece.
Estes dias me falou que está prestes a se formar. Esta morando em São Paulo e super feliz da vida. Fiquei contente como sempre. Fiquei feliz em saber que seu sonho está sendo vivido. É muito bom quando podemos viver nossos sonhos.
Aquilo que não foi nunca poderia ter sido. Aprendi! Assim espero!

A.N.C. de C. de Vassora

quarta-feira, 13 de abril de 2011

TODO MUNDO ESPERA ALGUMA COISA

E por falar em felicidade, me encantei com os novos sentidos da vida.
Pode parecer clichê, mas “todo mundo sempre espera alguma coisa”...
Uma visão e uma certeza. Nada mais seria como antes.
Os sentidos mudaram, as percepções afloraram e o que era cinza encheu-se de uma cor sem fim.
Naquela noite, em meio à multidão, música, dança, sensualidade, encontrei a clareza e a alegria de entender que tudo muda.
Os medos, a solidão e os valores petrificados vão se dissolvendo ao som envolvente de uma música que entorpece.
A pele se aflora e a flor da pele se abre e gira como a planta que busca o sol.
Era meu corpo entrando no vício daquele desejo.
Um dia após o outro e  ele, o desejo,  me abala, me domina.
Mais uma vez céus e terras se movem sob meus pés e novamente te encontro.
És meu, eu sei, você não sabe, mas és. Está escrito.
A situação é desleal, mas meu desejo intenso traz você pra mim.
As horas voam e tudo o que eu quis estava ali diante de mim.
Ainda não distingui o real do desejado. O meu e o teu. A fantasia e a realidade. O amor e o ódio. A paz e o ciúme.
Sonhei toda nossa história, programei nossa existência.
Quero lutar contra os preconceitos. Quero lutar contra o que é contra. Quero lutar a favor de mim, a favor de nós.
Mas e se você não quiser? Ainda assim quero lutar porque na luta por ti salvo a mim da mesmice, da tranqüilidade, salvo-me do equilíbrio barato que nunca quis.
Já me disseram: é hora de recuar. Mas como recuar se não há caminhos de volta?
Não quero recuar, quero gozar. Gozar despudoradamente.
Os meus caminhos foram retraçados. E que sorte eu tive. Sempre esperei uma mudança de rota. Antes tinha medo, hoje anseio por ela.
Parafraseando a música... “que se danem os nós”!
Hoje te espero. Todos os dias te espero. Pode ser que você nem venha. Pode ser que teu caminho seja outro. Não importa. Em algum momento nossos caminhos se cruzaram e foi neste momento que encontrei o que todo mundo espera.
FERNANDA GAÚCHA

segunda-feira, 4 de abril de 2011

BURACO NEGRO

O corpo dá sinais de fadiga e a mente pulsa cadenciada na batida do coração.
Dentro de mim existe um buraco negro que não consegue digerir mais nada. Concomitantemente existem outras coisas secretas, verdadeiras delícias.
Ele está me sugando, me engolindo, não raciocino mais.
Quero me segurar, mas quando dei por mim já estava dentro do buraco negro. Neste momento o vazio me invade, me consome, o instante é sombrio, tanto que não vejo nada.
Escuto vozes e sei que existem coisas ao meu redor, mas tudo está obscuro. É frio aqui, mas sei que ali fora tem vida.
Quero a minha de volta. Quando vou cair em sorte e sair deste buraco negro?
Quero aprender a abraçar, quero sentir qualquer obscenidade, lascívia, quero a pessoa errada Sr. Fernando.
Quero errar quantas vezes forem necessárias e ao final sentir o quanto é despudoradamente gostoso.
Como é fácil sair do buraco negro, basta ultrapassar a tênue linha do horizonte, basta permitir que os ventos soprem e assim usá-los a meu favor, basta – como um comandante do mar – saber velejar!
Fernanda Gaucha

sábado, 2 de abril de 2011

PRIMEIRA COLABORAÇÃO...


A partir de hoje iniciaremos as postagens recebidas através de e-mail.

Em nosso blog não há pretensões de grandes textos, linguagem rebuscada, pensamentos poéticos... Há tão somente a intenção em expor sentimentos, histórias, cenas, fatos, desejos, questionamentos. Sentimentos cotidianos que afloram ao longo de nossa existência.

Assim, agradecemos nossa primeira colaboradora – “Fernanda G.” – que enviou um texto maravilhoso e trouxe à tona pensamentos tão singelos quanto profundos.

Obrigada Querida! Segue...


O QUE É O AMOR?

No auge dos meus 40 anos, casada há metade deles, descobri que não sei o que é o amor.
Lembrei da canção do compositor - Arlindo Cruz - que diz assim: “... se perguntar o que é o amor pra mim, não sei responder, não sei explicar”...
Desesperei-me. Mas era real... Tão certo quanto dois mais dois são quatro. Tentei refletir melhor... Senti-me um pouco aliviada, pois, pelo menos sabia o que era AMOR DE MÃE. Ufa! Sim isso pelo menos eu conheço bem.
Nunca antes havia pensado sobre o tema. E como depois de tantos anos cheguei a essa conclusão?
Minha vida seguia como num conto de fadas, pelo menos era o que eu imaginava...
Porém, o universo tem suas leis próprias, e eu não estava fora delas. E eu me dei conta disso, quando um enorme vazio se instalou dentro de mim. Vi-me assaltada por uma torrente de questões. Meu mundo de conto de fadas começou a desmoronar.
Porque tanta solidão?
Porque não me sinto feliz, se tenho tudo?
Porquês?
Meu casamento é perfeito. O homem que toda mulher sonha... PERFEITO!
O que me falta?
Hoje, percebi que o que me falta é o danado do AMOR.
Mas como viver tanto tempo com uma pessoa e não amá-lo?
Ele é perfeito! Infelizmente descobri que mesmo com toda a perfeição dele eu ainda sinto um enorme vazio na alma. Culpo-me.
A culpa é a pior das companheiras. Vivo a me questionar: Como posso ser tão egoísta a ponto de não amá-lo, ele tão perfeito?
Carrego essa companheira CRUEL com muito MEDO do que pode acontecer. Não consigo me libertar, meu corpo e minha alma clamam com tanta força pelo danado do AMOR que não consigo mais pensar. CLAMO POR SILÊNCIO... PSIU... ALMA... FIQUE QUIETA. PORQUE NÃO SE ACOSTUMOU AINDA A VIVER SEM AMAR.
Tento resistir... lutar com todas minhas forças, porém, em vão. Por quê? Pergunto-me.
Então, de repente me vejo num estreito desfiladeiro, e mais a frente vejo um terreno elevado, onde o caminho se divide, e as mais belas vistas se desdobram por todos os lados. Encontro-me ali parada, imóvel. Que direção seguir? Ou devo continuar me enganando?
Creio que NÃO. Afinal, para que servem as asas a um pássaro engaiolado, senão para mostrar-lhe o quanto ele perdeu e o tanto que é infeliz?
Mas afinal, O QUE É O AMOR?

Fernanda Gaucha